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Diante do crescente debate sobre os impactos do modo de consumo capitalista, novas formas de consumo surgem como alternativas ao consumo desenfreado. O anticonsumo, por ser um conceito de quebra de um hábito orgânico na sociedade, o capitalista, se mostra representativo de simbolismos e valores pessoais, visto que o indivíduo, ao contrariar à logica de mercado tradicional, necessita de um posicionamento e de uma atitude categóricos, e passa a ser uma forte representação individual. Dentro deste contexto, os mercados de redistribuição, conhecidos como brechós, surgem como uma nova maneira para construir relações comerciais e interpessoais. Assim, esta pesquisa tem como objetivo compreender os atributos e valores que estão relacionados ao consumo em grupos de brechós de redes sociais. Para tanto, foi aplicado o método laddering para coletar e analisar os dados levantados de entrevistas em profundidade com oito mulheres que fazem parte de pelo menos um grupo de brechó de redes sociais e que já realizaram pelo menos uma compra de algum produto em um desses grupos. Os resultados apontam a identificação de 16 atributos, 42 consequências (sendo de primeiro, segundo e terceiro grau) e 18 valores, os quais compuseram um total de 75 ladders. O ladder de maior frequência foi: o atributo preço associado às consequências de custo versus benefício e de aumento no consumo para consumir mais peças, associado ao valor bem-estar. Ainda, questões de “redução do consumo” e “sustentabilidade” não apareceram como motivações para o consumo em brechós. Além disso, a compra e o uso das roupas de brechó foram percebidos como forma de representação pessoal e formação da personalidade das consumidoras.